sábado, 20 de fevereiro de 2010

Já vou

E por perde-la tanto, mesmo estando comigo sei que ela já não é minha. Mesmo assim, quem diria que minha pele salgada de suor e seu coração salgado de lágrimas dariam em alguma coisa. Sempre fui um rítmo insistente, forte e descompasado e ela, uma melodia linda, quase clássica. Já tivemos, ou ao menos pensávamos ter, alguma ligação especial, íntima. Carne e unha. Hoje, somos passado que ainda não passou. Como uma roupa velha, manchada e apertada que eu insisto em guardar na gaveta. Ela toda é para mim algo como uma caixa de lembranças - boas e ruins, e eu sinceramente não sei de qual tipo temos mais. Lembranças, no nosso caso, não são saudade. São cicatrizes.
Hoje eu sei que o que tinhamos que ser, se foi.