se sentimos isso ou aquilo
é porque somos outra pessoa
como se um espírito novo tomasse conta
e cada passo que desse, cada vento o atingisse diferente
o fizesse sair dar lugar a mais outro
e assim sucessivamente
por isso os corpos
são os templos mais sagrados
e o êxtasse mais santo
é a experiência de existir
skip to main |
skip to sidebar
quarta-feira, 18 de abril de 2012
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
:/
nossos pensamentos imediatos
primitivamente inglógrios
são aqueles pelos quais agimos
qualquer conceito de moral
é mais uma máscara
que usamos para explicar nossas ações
primitivamente inglógrios
são aqueles pelos quais agimos
qualquer conceito de moral
é mais uma máscara
que usamos para explicar nossas ações
sábado, 26 de novembro de 2011
domingo, 2 de outubro de 2011
dentro da consciência
a verdade crua de que amor e ódio são a mesma coisa
está no fato de que não importa quão grande seja o desprezo que temos
por todos aqueles com quem atuamos como inimigos nesse teatro
nós os mantemos, com forçada teimosia, presentes
em pensamento
e em nossos sonhos
está no fato de que não importa quão grande seja o desprezo que temos
por todos aqueles com quem atuamos como inimigos nesse teatro
nós os mantemos, com forçada teimosia, presentes
em pensamento
e em nossos sonhos
terça-feira, 26 de julho de 2011
bom será
bom será poder saber que vivi
respeitando e aceitando bem a tudo
como os dedos se acostumam ao atrito das cordas
e cabeça e o sono se calejam na convivência com a janela do ônibus
respeitando e aceitando bem a tudo
como os dedos se acostumam ao atrito das cordas
e cabeça e o sono se calejam na convivência com a janela do ônibus
quinta-feira, 21 de abril de 2011
love is a cold and broken gun
ela diz
todos os amores são passado
ou assumidamente criados por fantasia
se penso em quem ama
logo me vêm as princesas
e aqueles desmiolados
da história de Verona
meu namorado que eu mais amei
foi aquele meu primeiro
todos os amores são bem breves
e morrem tentando respirar fundo
pra aguentar um pouco mais
como os dos filmes
que têm amantes enfermos
ou aquele meu
da semana passada
deve ser então por isso
por amar sempre o passado e o efêmero
que tenho tanto medo
de te querer pra sempre
todos os amores são passado
ou assumidamente criados por fantasia
se penso em quem ama
logo me vêm as princesas
e aqueles desmiolados
da história de Verona
meu namorado que eu mais amei
foi aquele meu primeiro
todos os amores são bem breves
e morrem tentando respirar fundo
pra aguentar um pouco mais
como os dos filmes
que têm amantes enfermos
ou aquele meu
da semana passada
deve ser então por isso
por amar sempre o passado e o efêmero
que tenho tanto medo
de te querer pra sempre
segunda-feira, 4 de abril de 2011
friday night in brigadeiro luis antônio
já é madrugada
tô há tempos no ponto
esperando um ônibus que não vai passar
pelo menos ainda tenho esse cigarro
...
apagou
tô há tempos no ponto
esperando um ônibus que não vai passar
pelo menos ainda tenho esse cigarro
...
apagou
sábado, 29 de janeiro de 2011
começo a pensar que se essa minha incerteza sobre tudo não é um modo que encontrei de me proteger dessa mania de contar tudo o que sei
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
pois então reclamas, triste, destes olhos de fera ferida!
pois então reclamas, triste,
destes olhos de fera ferida!
olhos feridos
por saberem, relutantemente,
que não são de fera.
olhos que também ferem.
pois, não fosse através deles,
jamais enxergaria a ferida
aberta para além deles.
olhos conscientes,
que querem esquecer
de si mesmos.
deixar de ser o que não deveriam
-qualquer coisa como "espelhos-da-alma"-;
e voltar a ser somente córnea, íris, cristalino, retina...
e, nesse desespero,
se fecham.
se fecham porque cansaram
de incomodar os outros órgãos.
destes olhos de fera ferida!
olhos feridos
por saberem, relutantemente,
que não são de fera.
olhos que também ferem.
pois, não fosse através deles,
jamais enxergaria a ferida
aberta para além deles.
olhos conscientes,
que querem esquecer
de si mesmos.
deixar de ser o que não deveriam
-qualquer coisa como "espelhos-da-alma"-;
e voltar a ser somente córnea, íris, cristalino, retina...
e, nesse desespero,
se fecham.
se fecham porque cansaram
de incomodar os outros órgãos.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
primavera
avisto lá do meu canto: doce encanto?
e ai, pronto! eis então que me encontro
confuso entre o deleite e a loucura
de quem encontra aquilo que procura.
quem sabe agora essa vida,
tão regrada e decassílaba
(quando muito, redondilha),
em face de tal encanto
vire um verso livre e branco?
e ai, pronto! eis então que me encontro
confuso entre o deleite e a loucura
de quem encontra aquilo que procura.
quem sabe agora essa vida,
tão regrada e decassílaba
(quando muito, redondilha),
em face de tal encanto
vire um verso livre e branco?
domingo, 19 de setembro de 2010
só peço que não deixes que eu te engane
só peço que não deixes que eu te engane
enganar-se, comigo, não seria acreditar naquilo que digo
muito pelo contrário, seria duvidar de sua veracidade
toda mesquinhez que sai da minha boca tem raízes muito profundas
meus comentários maldosos são resultado de anos de pensamentos tortos sobre as pessoas
se digo uma injúria boba, é porque sou capaz de ignomínias vergonhosas
claro que nem tudo que falo é pura verdade, há também o que possa ser chamado de mentira
todas elas são, porém, devidamente anunciadas
não esperes, portanto, que a sombra que vês em mim seja passageira
até dizem que é esse o tipo de coisa que piora com a idade
e nem eu posso imaginar as desonras que ainda posso fazer passar aqueles que me cercam
aviso-te cedo, não deixes que eu te engane
já não são poucos aqueles que duvidaram de mim
tomaram meus insultos por brincadeira
e os meus preconceitos por ironia
deixaram que minha sinceridade doentia os ofendesse em público
e mesmo assim acharam que eu estava sendo cômico
decepcionaram-se todos quando precisaram de minha mão de amigo
pasmos ao descobrir que nunca a tiveram
então, não deixes que eu te engane
supura cada ferida que eu abrir
mas não se esqueça também de cada elogio
pois eles têm raízes muito profundas também
se num futuro qualquer tiveres queixas contra mim, não exites em dizê-las
só não digas que eu não te avisei
enganar-se, comigo, não seria acreditar naquilo que digo
muito pelo contrário, seria duvidar de sua veracidade
toda mesquinhez que sai da minha boca tem raízes muito profundas
meus comentários maldosos são resultado de anos de pensamentos tortos sobre as pessoas
se digo uma injúria boba, é porque sou capaz de ignomínias vergonhosas
claro que nem tudo que falo é pura verdade, há também o que possa ser chamado de mentira
todas elas são, porém, devidamente anunciadas
não esperes, portanto, que a sombra que vês em mim seja passageira
até dizem que é esse o tipo de coisa que piora com a idade
e nem eu posso imaginar as desonras que ainda posso fazer passar aqueles que me cercam
aviso-te cedo, não deixes que eu te engane
já não são poucos aqueles que duvidaram de mim
tomaram meus insultos por brincadeira
e os meus preconceitos por ironia
deixaram que minha sinceridade doentia os ofendesse em público
e mesmo assim acharam que eu estava sendo cômico
decepcionaram-se todos quando precisaram de minha mão de amigo
pasmos ao descobrir que nunca a tiveram
então, não deixes que eu te engane
supura cada ferida que eu abrir
mas não se esqueça também de cada elogio
pois eles têm raízes muito profundas também
se num futuro qualquer tiveres queixas contra mim, não exites em dizê-las
só não digas que eu não te avisei
domingo, 5 de setembro de 2010
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
eco
outro dia lancei uma pergunta ao abismo e ele me respondeu. do fundo de sua imensidão jogou contra mim as mesmas palavras que eu havia dito, distorcidas por terem saído de seus desconhecidos contornos. os vales e montanhas e um sem fim de formas que habitam esse abismo escuro remoldaram minha pergunta e então a lançaram de volta contra mim. era, porém, a mesma pergunta. penso então que a vida é como esse esfíngico abismo que encarei certo dia. coisa disforme e escura, que só conheço pelo modo que ela distorce aquilo que lanço contra ela. se não a provoco, ela permanece muda; como o abismo ficaria sem a minha pergunta. quieta, a vida não me revela nada. ela nada mais é do que o reflexo daquilo que faço dela - ou, como dizem, vivo. e então, leitor, me perguntas pra que preciso dessa tal de vida, mera imitadora de mim? acontece que, só quando lancei minha pergunta ao abismo e dele recebi de volta as mesmas palavras, comecei a pensar na resposta.