sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Ocaso

E pelo horizonte apontou mais um final de ano. Enquanto muitas das coisas da vida vêm devagarinho, enquanto a gente vai se acomodando com a presença delas, o fim de ano sempre me veio como um foguete. Se tudo aparece como o sol nascendo, então no fim do ano eu me sinto como se acordasse ao meio-dia, com o natal e o ano novo a pino na minha cara.

Engraçado como a gente costuma usar essa época pra balancear nossa vida, fazer planos, muitos planos, que poucas vezes se tornam realidade. Eu nem lembro se fiz algum ano passado. A virada de ano chega a parecer uma desculpa pra não termos que tomar atitudes nos outros dias do ano.

Esse em especial, portanto, é para mim uma mudança e tanto. Acontece que ano que vem eu me torno maior de idade. Acontece que nesse ano eu acabei o colégio, pra onde eu ia naturalmente desde quando eu tinha 7 anos. Meu corpo acordou sozinho (não sem alguma resistência) e meus pés andaram sozinhos para o mesmo lugar, acostumados de um movimento incessante iniciados há 10 longos anos.

Ano que vem isso não acontece mais, a verdade é que ano que vem, pela primeira vez na vida, eu não tenho toda a certeza do mundo de que horas vou acordar, aonde eu vou acordar, e pra onde eu vou quando eu acordar.

"O homem que sai fora de seu meio está condenado ao desajustamento. Se retornar ao meio onde foi gerado e criado, não conseguirá mais readapitar-se. Se permanecer no meio onde está, sentir-se-á sempre cobrado pelos atos ou palavras que não supunha existirem. Sua possibilidade de escapar à sensação de marginalidade e alheamento (ou estranheza) ao que o cerca seria voltar-se para a contemplação, procurando no encontro com o 'divino' o que o 'humano' não lhe concedeu." Caio F.

Dizem por aí que o tempo passa. Mentira. A gente passa e o tempo fica.

0 comentários:

Postar um comentário