segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Rasuras

"Take it easy baby
Take it as it comes
Don't move to fast
You want your love to last
Oh, you've been movin' too fast"
The Doors


Sinto como se eu estivesse planejando muito mais do que eu posso fazer e por isso, talvez, eu acabo não conseguindo nada do que eu queria. Por, infelizmente, ter uma ideia quase nítida dos meus limites deixo de fazer muito daquilo que eu gostaria por saber que eu não conseguiria fazer tudo e na hora de escolher prioridades fico assim, parado, sem saber quais escolhas tomar, nem quais caminhos seguir. Eu não me importaria de ter limites mais, digamos, limitados, se eles fossem pelo menos embaçados, esfumaçados, desfocados, e, portanto, passíveis de expansão. É difícil mudar o que já está quase definido. Quando escolho algo fico com medo de ter escolhido errada e penso em voltar atrás, mas não dá, a vida só anda pra frente. O problema é que o mundo é tão grande que na tentativa de abraçá-lo acabo empurrando-o, ou sou eu que o empurro quando ele tenta me abraçar? Sinto que meu espírito não sabe planejar, só consigo escrever, por exemplo, quando abro uma página em branco e não faço nenhuma ideia do que vou escrever. Esse ano eu não fiz resoluções de ano novo, esse ano eu coloquei uma pulseirinha do Senhor do Bomfim e não fiz pedido, esse ano não ouvi promessas nem prometi nada a ninguém, desse ano eu não espero nada, quem sabe então, assim, eu possa aproveitar mais, e me surpreender mais, com o que vier dele. E por que não ousar dizer que posso me surpreender comigo mesmo? Cansei de me decepcionar com as pessoas, quem sabe a surpresa venha de dentro.

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