segunda-feira, 9 de novembro de 2009

There are many thing that I'd like to say to you, but i don't know how

Tem uma coisa que eu descobri esses dias e queria te contar. Teu medo era o mesmo que o meu: que talvez eu não sentisse tudo o que você sentia, na mesma intensidade e natureza. Meu problema foi que comigo era mais que medo, era a mais crua das certezas. Eu sabia disso e não queria de jeito nenhum aceitar. Passei meses batendo o pé, esperniando, empurrando essa verdade pro fundo mais escuro do meu peito em um lugar onde ela não pudesse te atingir, porque a mim ela já comia por dentro.

Mas tava tão errado isso. Eu sempre tive todos os motivos do mundo pra te amar, eu te contei alguns deles uma vez. Foi tão difícil dizer. Eles eram tão verdadeiros, era tudo tão lógico, mas eu sabia que a conclusão óbvia que você tiraria deles estaria errada. Amar não é uma coisa lógica, e não entender isso foi o meu maior erro.

Eu achei que se deixasse, se me permitisse, com o tempo eu ia sentir tudo aquilo que você sentia. Eu pensei que tudo isso aconteceria, assim, naturalmente.
"Quero dizer que sim, que acreditei, mas ela não pára, tanta tesão mental espiritual moral existencial e nenhuma física, e eu não queria aceitar que fosse isso"
Eu sei que você não gosta de Caio F., mas esse trecho dele expressa muito bem o que eu senti.

Eu fiquei com você e por um tempo foi, mesmo, bom pra caralho. E eu fiquei tão feliz, eu acreditei que tava mesmo dando certo, ou talvez estivesse. Mas lembra daquela verdade, escondidinha no inferno do meu peito? Por mais felizes que tivessemos sido por um tempo, ela não sumiu. Felicidade é uma coisa tão efêmera que não mata nem o que é ruim. Você tocando Velvet Underground, eu tocando Beatles, nós dois ouvindo Hendrix, isso no meio de tanta coisa, não consigo entender que eu precise de mais. Não consegui aceitar que eu precisasse de mais. Então eu entendi que não tava faltando nada mesmo. Eu só precisava de algo diferente. Aquilo não daria certo, a vida decidiu isso por livre e espontânea vontade. E quem diria, que eu, um ateu muitas vezes convicto, diria alguma coisa sobre uma força superior. Quem diria que eu acreditaria que certas coisas nós e a nossa razão tão super valorizada não seriam capazes de controlar.

E você percebeu isso, eu via isso nos seus olhos. Era um olhar tão triste que me doía todo. Era um olhar que olhava bem alí, em direção àquela verdade do meu peito e que me fazia gritar. Então eu não pude mais suportar, nem você conseguia mais.

Acontece que você suportou mais que eu, você conseguiu forças não sei de onde pra acreditar que a gente podia dar certo mas eu não pude aceitar. Eu não ia conseguir ver tuas forças acabarem. Fiz o que eu achei certo e espero que um dia você entenda, que um dia você me perdoe, ou que pelo menos um dia você me esqueça, se é que já não me esqueceu. Eu sempre te quis tão bem, só que não pra mim.

Meu amor por você foi a mentira mais sincera que eu já contei.

1 comentários:

Anônimo disse...

Mas vinicius, meu filho, companheiro, meu chato preferido (como devem ser os amigos)... para nós inconvenientes, mentiras sinceras interessam, e agora eu entendo: interessam ser contadas e não engolidas. Um beijo, parabens pelo conto, esta muito bom.

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